zikafonte: Estadão

O vírus zika “se instalou” de fato em países tropicais, como o Brasil, e apenas campanhas para mudar o comportamento de cidadãos não vão mais frear a proliferação de casos. O alerta foi feito pela Organização Mundial da Saúde (OMS), que indica que o Brasil terá de investir em saneamento se quiser lidar com o surto.

“As campanhas no Brasil tem falado essencialmente em comportamento, em não deixar água parada”, disse Nathalie Broutet, coordenadora da Agenda de Pesquisa do Vírus Zika OMS. “Mas se não houver investimento em saneamento, não haverá um controle dos vetores. No Nordeste brasileiro, existem muitas áreas sem saneamento suficiente.”

Nesta quarta-feira, 26, a entidade lançou seu plano de pesquisas até o final de 2017, apelando para que a comunidade internacional financie seus trabalhos em U$ 112,5 milhões. Por enquanto, porém, a OMS recebeu apenas US$ 24 milhões.

“O vírus passou de emergência para um programa de longo prazo”, disse Boris Pavlin, gerente do programa de combate ao zika na OMS. “O zika vai ficar conosco por um bom tempo.”

De acordo com ele, diante da falta de instrumentos mais eficientes para controlar o mosquito vetor do vírus, o zika “está se estabelecendo”. “Precisamos de novos instrumentos”, disse.

Na avaliação de Pavlin, nenhum mosquito pode ser erradicado e o Aedes aegypti tem se mostrado “desafiador”. “Mas ainda assim, se houver um controle, a doença pode ser reduzida”, disse o especialista.